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Equilibrando frameworks agĂȘnticos de IA generativa com sistemas legados de RPA

  • Foto do escritor: Lipie Souza
    Lipie Souza
  • 29 de mar.
  • 6 min de leitura

De bots "limitados" a assistentes cognitivos: entenda a revolução dos LLM Agents na automação empresarial e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa transição.

​A automação de processos empresariais tĂȘm passado por transformaçÔes significativas nas Ășltimas dĂ©cadas. Inicialmente, a Automação RobĂłtica de Processos (RPA) surgiu como uma solução eficaz para lidar com tarefas repetitivas e baseadas em regras, permitindo que "robĂŽs" de software executassem atividades anteriormente realizadas por humanos. Ferramentas como UiPath e Automation Anywhere tornaram-se lĂ­deres nesse segmento, oferecendo Ă s empresas meios para aumentar a eficiĂȘncia operacional e reduzir erros.

Nos Ășltimos anos, tais ferramentas foram agregando automação por cĂłdigo, em sua maioria Python, principalmente em rotinas onde uma chamada em background Ă© necessĂĄria, e a interface grĂĄfica de um sistema nĂŁo Ă© a melhor escolha. Esta abordagem impulsionou projetos desta natureza, no entanto, Ă  medida que os ambientes de negĂłcios se tornaram mais complexos, as limitaçÔes do RPA tradicional tornaram-se evidentes. Embora excelente para tarefas estruturadas, o RPA enfrenta desafios ao lidar com processos que envolvem dados nĂŁo estruturados ou que requerem tomada de decisĂŁo adaptativa (que exigem uma janela de contexto maior). É nesse sentido que os agentes baseados em Modelos de Linguagem entram em cena, trazendo uma abordagem mais flexĂ­vel e cognitiva para a automação. Mas qual Ă© o diferencial aqui?

Os agentes LLMs sĂŁo capazes de compreender e processar linguagem natural (mesmo em interfaces grĂĄficas), interpretar dados nĂŁo estruturados e tomar decisĂ”es contextuais. Essa capacidade permite que eles executem tarefas complexas, como anĂĄlise de documentos, atendimento ao cliente e processamento de informaçÔes em tempo real. Por exemplo, no setor bancĂĄrio, agentes de IA podem ser utilizados para processar contratos de crĂ©dito manuscritos, reduzindo a necessidade de intervenção humana e aumentando a eficiĂȘncia. Certo, mas e os custos dessa transição?

Imagine uma empresa que, com um projeto RPA tradicional, consegue automatizar tarefas manuais de processamento de faturas e entrada de dados. Suponha que, com RPA, cada robĂŽ consiga processar cerca de 500 transaçÔes diĂĄrias, reduzindo o tempo manual em 70% e trazendo uma economia anual estimada em R$ 100 mil – considerando tanto a redução de erros quanto a liberação de mĂŁo de obra para tarefas de maior valor.

Agora, ao adotar um agente rodando a partir de uma LLM, que integra capacidades de compreensĂŁo de linguagem natural e interpretação de dados nĂŁo estruturados, essa mesma empresa pode processar aproximadamente 800 transaçÔes por dia. Esse agente inteligente apresenta um erro reduzido – digamos, 0,5% em comparação aos 2% do RPA tradicional – e amplia a automação para tarefas que antes exigiam intervenção humana. Nesse cenĂĄrio, a economia anual pode saltar para cerca de R$ 170 mil, aumentando o ROI de uma relação de 1:2 para aproximadamente 1:3,4. Ou seja, mesmo com um investimento inicial potencialmente mais alto para a implantação dos agentes LLM, a eficiĂȘncia e a redução de custos decorrentes – tanto operacionais quanto de retrabalho – oferecem um retorno financeiro significativamente superior. Óbvio, aqui Ă© apenas uma ilustração para termos uma ideia da ordem de grandeza no retorno do investimento. Para cada processo precisamos estruturar o Business Case (aquela planilha marota e personalizada caso a caso).

Essa comparação numérica ilustra como a incorporação de LLMs não só amplia a capacidade de processamento, mas também reduz os riscos e os custos associados a erros e intervençÔes manuais. A flexibilidade dos agentes LLM, aliados a frameworks como LangChain e LlamaIndex, permite que as empresas integrem de forma harmÎnica a automação de tarefas estruturadas e não estruturadas, resultando em ganhos expressivos de produtividade e, consequentemente, em um ROI mais atrativo. E como realizar essa transição?


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Iniciar um projeto de automação hĂ­brida que combine soluçÔes tradicionais de RPA com recursos avançados de IA Generativa exige uma estratĂ©gia bem definida, que pode ser construĂ­da a partir de uma abordagem escalonada (mais seguro, certo?). Inicialmente, muitas empresas tĂȘm se beneficiado das ferramentas consolidadas, como Automation Anywhere e UiPath, que vĂȘm incorporando recursos de IA Generativa em suas plataformas. Essas soluçÔes permitem a automação de tarefas repetitivas com o suporte de algoritmos que conseguem interpretar dados nĂŁo estruturados, gerar respostas contextuais e atĂ© sugerir açÔes corretivas de forma autĂŽnoma. Por exemplo, a UiPath recentemente integrou mĂłdulos de processamento de linguagem natural (NLP) em seu portfĂłlio, facilitando a extração de informaçÔes de documentos e o mapeamento de fluxos de trabalho complexos e com treinamento na sua base prĂłpria - via embeddings. Link aqui.

Essa abordagem inicial com plataformas RPA permite que as organizaçÔes ganhem experiĂȘncia com a automação e validem os benefĂ­cios de eficiĂȘncia e redução de erros sem precisar reinventar o processo desde o inĂ­cio. É possĂ­vel, por exemplo, automatizar a entrada de dados de sistemas legados, processar faturas e atĂ© integrar interaçÔes bĂĄsicas com clientes via chatbots. O ROI nesse estĂĄgio tende a ser mais previsĂ­vel, pois a automação tradicional jĂĄ possui mĂ©tricas consolidadas e a integração com IA se dĂĄ de forma incremental, reduzindo riscos e custos de implantação.

Contudo, Ă  medida que as demandas de automação se tornam mais complexas – envolvendo nĂŁo apenas tarefas estruturadas, mas tambĂ©m processos que exigem interpretação contextual e tomada de decisĂŁo autĂŽnoma – surge a necessidade de adotar uma abordagem hĂ­brida. Aqui, frameworks de IA Generativa, como LangChain, LlamaIndex e outros, entram em cena para criar soluçÔes mais adaptativas e customizadas. Essa abordagem hĂ­brida combina a robustez das ferramentas RPA tradicionais com a flexibilidade dos modelos de linguagem avançados. Por exemplo, utilizando o LangChain, uma empresa pode desenvolver um agente que nĂŁo apenas executa açÔes prĂ©-definidas, mas tambĂ©m interpreta solicitaçÔes complexas de clientes, reescrevendo queries e validando as respostas geradas para reduzir alucinaçÔes – um desafio recorrente em modelos puramente generativos.

Para iniciar um projeto nessa direção, podemos seguir alguns passos estratégicos e assim evitamos alguns riscos:

  1. Mapeamento e Priorização de Processos: Faça um levantamento dos processos que podem se beneficiar da automação – comece com tarefas de alto volume e baixo valor agregado, onde a redução de erros e o ganho de tempo sĂŁo mensurĂĄveis. Avalie quais fluxos podem ser automatizados usando soluçÔes RPA, e identifique pontos onde a interpretação de dados nĂŁo estruturados ou a tomada de decisĂŁo contextual sĂŁo necessĂĄrias.

  2. Implementação Piloto com Ferramentas Consolidadas: Inicie a automação utilizando plataformas como Automation Anywhere e UiPath, que jå estão integrando IA Generativa. Esses sistemas permitem um piloto de baixo risco, pois oferecem interfaces familiares e integração com sistemas legados. Essa fase de "take" é essencial para demonstrar ganhos råpidos e reunir dados operacionais para justificar investimentos futuros.

  3. Avaliação de Métricas e ROI: Durante o piloto, mensure indicadores de desempenho (KPIs) como tempo de processamento, taxa de erro e custos operacionais. Essa anålise fornecerå uma base sólida para comparar os benefícios da automação tradicional versus uma abordagem híbrida que incorpore frameworks de IA Generativa.

  4. Escalonamento para Abordagens Híbridas: Com os ganhos iniciais comprovados, passe para uma abordagem híbrida – integrando frameworks como LangChain ou LlamaIndex. Essa integração pode ser realizada em etapas, começando por processos que exigem uma compreensão mais profunda do contexto, como atendimento ao cliente avançado ou a análise de grandes volumes de dados textuais. Estudos recentes demonstram que essa combinação pode aumentar a produtividade e reduzir significativamente os custos de retrabalho, elevando o ROI para níveis superiores (Automation Anywhere Blog).

  5. Iteração e Melhoria Contínua: Adote uma estratégia ågil para ajustar os modelos de IA com base no feedback operacional e na evolução dos processos. A personalização dos prompts e a integração contínua com APIs de dados externos podem otimizar ainda mais a solução, garantindo que a automação se adapte às mudanças do ambiente de negócios.

O futuro da automação empresarial jĂĄ começou, jĂĄ temos os frameworks disponĂ­veis no mercado pelo menos – e este futuro Ă© cognitivo, adaptativo e orientado por dados em seu mais amplo contexto. A transição dos bots tradicionais para agentes LLM nĂŁo Ă© uma questĂŁo de "se", mas de "quando". Empresas que adotarem essa evolução hĂ­brida – combinando a robustez do RPA com a inteligĂȘncia contextual dos modelos de linguagem – ganharĂŁo vantagem competitiva em eficiĂȘncia, redução de custos e capacidade de inovação. Ah, e Ă© claro, liberar as pessoas para realizarem atividades menos repetitivas, mais criativas e de expansĂŁo do negĂłcio! Afinal de contas, sem pessoas e criatividade nĂŁo existem novas ideias. 💅



 
 
 
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